terça-feira, 20 de agosto de 2013

O Morro dos Ventos Uivantes (Emily Brontë)


Por João Carlos Rossi (Letras: Português e Espanhol/ UFFS)

Lançado em 1847 e considerado uma das grandes obras da literatura inglesa, O Morro dos Ventos Uivantes é o único romance de Emily, conta a história de um amor obsessivo, desesperado que ocorre entre Catherine e Heathcliff.

Catherine é uma jovem que sempre teve tudo aos seus pés, de espírito livre e belo, também é rancorosa, arrogante e explosiva. Choros, sentimentos intensos e variações de humor são o que a caracterizam. Catherine cresce ao lado de Heathcliff, seu irmão adotivo, onde surge com o passar do tempo uma louca paixão entre os dois, apesar de amá-lo ela não o considera digno de ser seu marido.

Heathcliff quando encontrado pelo Sr.Earnshaw pai de Cathy e Hindley nas ruas de Liverpool, Inglaterra, foi levado para viver como filho na propriedade da família “O Morro dos Ventos Uivantes”. Seu jeito cigano, pele escura, por ser estrangeiro e não falar inglês era discriminado e odiado por Hindley, Cathy acostuma-se com o tempo, o SrEarnshaw enquanto vivo presava por seus cuidados assim como de seus outros dois filhos. Quando morre, Hindley assume o comando de tudo e priva Heathcliff dos estudos, da religiosidade rebaixando-o a criado e afasta-o de Cathy.

A obra O Morro dos Ventos Uivantes não é apenas um romance, dentro dele podemos perceber através do personagem Heathcliff a busca pela vingança, após sofrer muito em sua infância ele ganha a vida e retorna para se vingar dos sofrimentos que o deixaram marcas, que o fizeram rancoroso, vingativo pelo amor obsessivo que sentia por Catherine e não era correspondido, a situação a qual estava inserido não o permitia satisfazer as vontades de Cathy, pelo preconceito na época existente, a única coisa que nos distância deste fato é o período em que ocorre, mas a situação nos traz inúmeras passagens que presenciamos até os dias de hoje.




Boa leitura!




segunda-feira, 11 de março de 2013

Zorro, o lendário herói de temperamento firme e coração romântico (Isabel Allende)


Por Ivan Lucas Borghezan Faust (Letras Português e Espanhol/ UFFS)

Califórnia, ano de 1790, começa uma aventura numa época fascinante e turbulenta, com personagens cativantes e um homem de coração romântico e temperamento firme. Inicia-se essa história nas terras da Alta Califórnia diante de uma batalha, quando um jovem capitão espanhol enfrenta, numa forte luta, uma pessoa a qual não consegue identificar e acaba ferindo-a. Caindo no chão ensanguentada, Alejandro de la Vega se aproxima e tira o disfarce para decapitá-la, no entanto, percebe que se trata de uma mulher, impressionado a leva para ser socorrida. Ao observá-la, acaba se apaixonando por essa mulher conhecida como “Toypurnia”, índia xamã de vinte anos, de alma rebelde. Alejandro de la Vega se casa com ela e a traz para morar consigo. A partir dessa união, Toypurnia passa a se chamar Regina de la Vega e o militar Alejandro se torna grande fazendeiro. O casal tem um filho em 1795, chamado Diego de la Vega, nosso herói Zorro.


Diego de la Vega cresce na Califórnia, na missão de “San Gabriel”, perante a injustiça racial contra os nativos explorados. Apesar de ser um privilegiado, nosso herói mantém fortes laços com os oprimidos, contribuindo para o seu sentido apurado de justiça e identificação com os indígenas. Sua mãe é filha de um marinheiro espanhol e de uma xamã curandeira, chamada Coruja Branca. Seu irmão de leite é Bernardo, pessoa inseparável de Diego de la Vega.

De seu pai, Diego aprende as virtudes de um fidalgo, desde a esgrima até a arte de se fazer obedecer, enquanto a sua mãe e avó o iniciam nas tradições indígenas e no conhecimento da natureza e magia. Junto de Bernardo vive várias aventuras na sua meninice e cedo se dá conta das injustiças que os índios sofrem nas mãos dos europeus. Diego torna-se homem em Barcelona, na Europa, para onde o seu pai o enviou para estudar, justamente quando a Espanha, ocupada pelas tropas de Napoleão, suporta uma guerra sangrenta. Tudo lhe acontece, desde duelos de morte até apaixonar-se à primeira vista, envolve-se numa sociedade secreta, vive com uma tribo de ciganos, é sequestrado por piratas e, mais que tudo, enfrenta o homem que será o seu pior inimigo. Regressa, por fim, à Califórnia para reclamar a fazenda onde nasceu e para fazer justiça, lutando pelos indefesos. Assim, entre a América e a Europa, se forma o caráter do mais lendário e romântico de todos os heróis.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Se você gosta de ver o que uma mulher pode levar um homem a fazer, leia: O túnel

Por Eduardo Alves dos Santos (Letras: Português e Espanhol/ UFFS)

    Para quem acha que é somente Machado de Assis que começa histórias pelo fim, apresento um exemplo dentro da literatura hispano-americana, mais precisamente da literatura argentina, que demonstra que esta característica de escrita não se prende ao nosso ilustre escritor brasileiro. O nome do autor é Ernesto Sabato, e o livro que aqui recomendamos é O Túnel (El Túnel em espanhol). E não param por aí as possíveis comparações com Machado de Assis. Alguém lembra do romance em que até agora não se sabe (e nunca se saberá! Machado de Assis deve se alegrar e muito com isso!) se a Dona Capitu traiu ou não o Senhor Bentinho? Nem precisa mencionar que estamos falando de Dom Casmurro.

Para entender meu raciocínio, pensem que no lugar do personagem e narrador Dom Casmurro (Bentinho) encontramos, com essas mesmas características, em O Túnel, a figura de Juan Pablo Castel, um sujeito que começa o livro preso por conta de um assassinato e dizendo que vai contar toda a história do como ele chegou nessa situação, o relato do seu crime, o assassinato de María Iribarne (nesse ponto não se compara a Dom Casmurro). Posso até ouvir alguns dizerem: “Mas você contou o fim da história!” Sim, contei. Contudo isso é o que de menos importa nesse texto (assim como em quase todos os outros), pois o LEGAL neste romance é a forma com que se desenrolam os fatos e principalmente as loucuras (ou não! Depende de quem lê) internamente projetadas pelo nosso personagem central depois de se apaixonar enlouquecedoramente por María. Infelizmente, não consegui encontrar uma versão traduzida para o português na internet, mas para aqueles que quiserem se aventurar e ler em espanhol (foi assim que eu o fiz) clique aqui para ter acesso ao texto.

Boa leitura!

Bodas de sangre: una de las mejores obras de teatro de Federico García Lorca (1898–1936)

Por Débora Karina Aiala (Letras Português e Espanhol/ UFFS)

Escrita en 1932, Bodas de Sangre es una tragedia de amor y odio. En ella aparecen elementos recurrentes en la obra del mayor poeta español del siglo XX: el fatalismo, la violencia, la angustia, la sangre, la pasión y el simbolismo.

En Bodas de sangre, los escenarios son la choza hermosa de la novia que vive sola con su padre, y la casa al lado de los viñedos de su novio, que tiene una vida triste junto a su madre desolada, que perdió a su marido y a sus hijos en las luchas por la tierra.

En el día de la boda aparece Leonardo, ex-novio de la novia que decide seducirla y le recuerda el pasado. En medio de la ceremonia de la boda, la novia y Leonardo deciden huir, y desencadenan una serie de persecuciones por el desierto españoles.

En la obra, García Lorca también explora la posibilidad de irreal. Luna y Muerte vienen a la vida y, sobre todo, participar en el desarrollo de la trama, ayudando a la lucha ritual entre el Novio y Leonardo.

Buena Lectura!

A zona morta – Stephen King

Por Lucieli Dalcanalle (Letras Português e Espanhol/ UFFS)


    Este livro foi o marco para um novo modo de escrever de Stephen King. Publicado em 1979,  traz uma história dramática e muito envolvente. Um homem norte-americano chamado John Smith passa a ver o passado e prever o futuro das pessoas que ele toca, isso acaba por trazer muitas consequências para a sua própria vida.
    É uma história extremamente tocante, fazendo-nos chorar em alguns momentos e darmos muitas risadas em outros.
    Essa obra já foi adaptada para o cinema, com o título “A hora da zona morta” (1983) e em 2007 foi criada uma série televisiva, que aqui no Brasil levou o nome de “O vidente”, sendo transmitida pelo SBT em 2010.

Alice no país das maravilhas

Por Débora Karina Aiala (Letras Português e Espanhol/ UFFS)

Alice no país das maravilhas é a obra mais conhecida de Lewis Carroll. O livro conta a história de uma menina chamada Alice que cai numa toca de coelho que a transporta para um lugar povoado por criaturas estranhas.

“Podes dizer-me, por favor, que caminho devo seguir para sair daqui?
Isso depende muito de para onde queres ir – respondeu o gato.
Preocupa-me pouco aonde ir – disse Alice.
Nesse caso, pouco importa o caminho que sigas – replicou o gato.”

Regada de personagens peculiares como um coelho que está sempre atrasado, um gato falante, um chapeleiro maluco, entre outros personagens e fatos curiosos.

Nesta fantástica obra se revela a lógica do absurdo, característico dos sonhos. O livro destina-se ao público infanto-juvenil, ótima compreensão e um maravilhoso passeio por esse país fantástico.

Ótima leitura!

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

A morte e a morte de Quincas Berro D`água


Por Eduardo Alves dos Santos (Letras Português e Espanhol/ UFFS)


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Escrito por Jorge Amado (10/08/1912-06/08/2001), membro da academia brasileira de letras, autor de muitas obras de grande sucesso, como “Gabriela Cravo e Canela” e “Dona Flor e Seus Dois Maridos”, o romance “A Morte e a Morte de Quincas Berro D`água ” é uma história muito engraçada, que foi inicialmente publicada em maio de 1959 pela revista carioca “Senhor”. Com ilustrações de Glauco Rodrigues, a novela teve sua primeira edição, pela Livraria Martins Editora, São Paulo, em 1961. Esta obra apresenta linguagem de “fácil compreensão”, um enredo muito interessante e também engraçado.

O romance conta a história de Joaquim Soares da Cunha, respeitado pai e marido, residente de Itapegipe, área nobre de Salvador, Bahia, que um dia ao se dar conta de que está ficando velho abandona sua família para se entregar aos vícios, principalmente á bebida/ esta seria sua “primeira morte”, a moral. Quando Joaquim abandona sua família, que segundo ele não o amavam, ele se muda para Tabuão, área pobre, mas também de Salvador, onde conhece sua “segunda família”, a da rua, seus companheiros de noite e bebedeira. Entre tantas pessoas que ele apegou amizade, os mais próximos eram Negro Pastinha, Mestre Manuel, Curió, Cabo Martins, Pé-de-Vento e seu amor das ruas Quitéria do olho arregalado. Nas ruas é também onde Joaquim recebe seu apelido de Quincas Berro D`agua, por causa de terem oferecido água como se fosse cachaça para ele, e o mesmo ter dado um grito ensurdecedor de “água”.

 
Após Quincas sofrer sua “segunda morte”, comprovada por um médico, sua família decide esquecer de seu abandono, lembrar de todos os anos que ele fora uma pessoa responsável e dar-lhe um funeral considerado mais digno (Católico). Mas no decorrer da cerimônia fúnebre, os amigos de Quincas, de Tabuão, chegam para presenciar a despedida , mas ao encontrarem Quincas com um sorriso aberto no rosto o dão por vivo, daí então começa uma caminhada literalmente para sua “terceira morte”.
 
Pode-se também constatar nesta magnífica obra que mesmo o autor tendo se expressado de forma hilariante, e muito bem por sinal, ele transmite uma notável disparidade entre os “dois mundos” apresentados na história, Itapegipe e Tabuão, uma forte disputa entre classes e culturas, a dos ricos e católicos “contra” a dos pobres e com suas mistura de crenças.
 
Em suma, é um texto prazeroso de se ler, com vocabulário diversificado, mas sem ser extravagante, um ótimo desenvolvimento da trama e um impactante e dramático fim, o que  certamente justifica a fama deste grande autor.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Vidas Secas – Um filme feito com recursos simples, porém de forma espetacular



Por Eduardo Alves dos Santos (Letras Português e Espanhol)


  O filme Vidas Secas trata-se de uma releitura cinematográfica do livro Vidas Secas, escrito pelo, entre outras coisas, romancista realista brasileiro Graciliano Ramos. Graciliano nasceu no município de Quebrangulo no Alagoas, em 27 de outubro de 1892 e veio a falecer 61 anos depois na cidade do Rio de Janeiro. Era um escritor que se preocupava com a realidade existente no sertão brasileiro, em explicitar o como era a vida do cidadão nordestino. Além da obra Vidas Secas, Graciliano Ramos é autor de algumas obras muito importantes em âmbito nacional, como a obra Caetés, ganhadora do premio Brasil de Literatura no ano de 1933. O autor também possui uma grande quantidade de obras póstumas, como Memórias do Cárcere publicada no mesmo ano de seu falecimento e Cartas à Heloisa, esta já no ano de 1992.

Voltando ao filme, Vidas Secas data do ano de 1963, exatamente 10 anos após a morte de Graciliano. Foi dirigido pelo cineasta Nelson Pereira dos Santos, considerado um dos mais importantes cineastas brasileiros, principalmente por causa deste trabalho. Para se ter a noção da importância deste filme, segundo o site Wikipédia, “foi o único filme brasileiro a ser indicado pelo British Film Institute como uma das 360 obras fundamentais em uma cinemateca.” (Wikipédia). Além disso, o filme foi indicado à “Palma de Ouro”, premio com o maior prestigio dentro do “Festival de Cinema de Cannes”, que acontece todo ano na cidade de Cannes, Riviera Francesa. Para finalizar com chave de ouro suas importantes premiações, recebeu o prêmio do OCIC e o prêmio dos cinemas de arte.

A trama se passa em meio ao semiárido nordestino. Neste contesto de exclusão socioeconômica se apresenta um modelo de família nordestina da década de 50, formada por Fernando – o pai, Sinhá Vitória – a mãe, o filho maior e o filho menor. Não podemos esquecer-nos do cachorro Baleia que também pode ser considerado um dos personagens centrais da trama. Além destes, apresentam-se o fazendeiro que se torna patrão de Fernando e o soldado amarelo.

Em relação á história em si, trata-se de um filme que faz você se colocar na situação de miséria e sofrimento passada pela família de Fernando. Nós que moramos na região sul do Brasil, não temos a noção de como seria ficar sem um item tão básico para a sobrevivência, como é a água. Más este crédito de passar a realidade como ela verdadeiramente é, não deve ser dado ao filme, más ao saudosíssimo escritor José de Alencar. O filme por seu lado conseguiu, em minha leitura, transmitir de maneira muito realista o que o autor José de Alencar queria explicitar. Um destes pontos que o filme transmite muito bem, é o que chamamos de zoomorfização. Este termo é utilizado para explicar uma transformação do ser homem racional para um animal. No filme isso pode ser visto em situações onde os personagens disputavam comida com o cachorro baleia, colocando-se em um “mesmo nível” do animal.

Dou atenção à forma com que este filme foi feito. O senário, os sons de fundo, a forma de filmagem, entre outros aspectos, são todos realizados de forma muito simples, se compararmos com as superproduções norte-americanas que são consideradas um referencial para o cinema mundial nos tempos atuai, porém possui alguns truques que fazem com que seu desenrolar se torne até melhor que os filmes cheios de efeitos produzidos por lá. Um destes pontos que me marcou, foi a sensação da câmera estar dentro dos olhos dos personagens, como se pudéssemos incarnar este personagem, ver e sentir o que existe ao seu redor.

Um ponto interessante é o de que o filme só possui senas gravadas durante o dia. Eu consigo pensar em duas explicações, até meio obvieis, para esta escolha do diretor em filmar somente durante o dia. A primeira seria de cunho meramente cinematográfico ou de efeito visual, assim como queiram. Desta forma, utilizava-se da luz incomparável do sol e evitava-se utilizar uma fonte de luz artificial que não da o mesmo destaque que a luz do dia atribui. Uma segunda forma que pensei, seria a respeito do que se queria passar com o filme ou o que se queria passar do livro para o filme. Explicando desta forma, isso ocorreria para tentar aumentar a sensação de desertificação do semiárido, tentar dar ênfase ao lugar que passa a história, afinal é durante o dia que o calor é infernal e que as pessoas têm de se virar pra sobreviver.

Finalizo explicitando meu contentamento para com relação ao filme. Posso dizer que não esperava nem mais nem menos do que vi. Confirmei com ele que para um filme ser bom e segurar a atenção do espectador não necessita de explosões, senas vulgares ou até mesmo um enredo dinâmico. Com a mesma calma que o cidadão nordestino espera pela chuva, o filme se desenrola, sai do ponto inicial para após algumas reviravoltas voltar ao seu ponto de partida.