terça-feira, 6 de dezembro de 2016

O diário de Anne Frank - Annelies Marie Frank


Por ALINE GOETTEMS GRIPA

O diário de Anne Franke, é um livro muito “forte”, pois nos conta o cotidiano de uma
garotinha e sua família que eram judeus em plena Segunda Guerra Mundial. O diário de Anne é real, e conta detalhes de tudo que a garota passou, e foi seu pai o único sobrevivente e que resolveu publicar o diário com os escritos de sua filha.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

O Bruxo do Contestado -Godofredo Oliveira Neto

Por Marina maria Conchy Rodriguês




O romance de Godofredo Oliveira Neto, O Bruxo do Contestado, publicado em 1994 é
considerado um dos grande romances contemporâneos, trata-se de uma metaficção historiográfica que conta a história da família catarinense Rünel, especificamente às insquiestações de Gerd, jovem caboclo do oeste de Santa Catarina. Elementos e símbolos narrativos vão sendo construídos em panoramas históricos reais impermeáveis na ficção, na voz da narradora Tecla encontramos inúmeros fatos e figuras históricas que vão construindo a verossimilhança com a realidade. Na obra de Godofredo, há denúncias sociais e históricas, a Guerra do Contestado (1912-16) foi um dos mais sangrentos conflitos da história do Brasil e silenciada pelo Estado. Uma população cabocla inteira dizimada pela força do exército para vender terras as empresas norte-americanas que visavam a exploração de madeira e ferroviária. Gerd, um jovem caboclo está situado no cenário pós guerra e sente-se frustrado por não ter lutado ao lado do monge João Maria, figura histórica e cultural de Santa Catarina. Um romance de guerra, mistérios e com um espírito messiânico, sem dúvidas nenhuma, o autor reconstrói a atmosfera do Contestado e nos faz questionar inúmeras vezes o que é história e o que é literatura!

domingo, 4 de dezembro de 2016

Sugestão de Leitura

Tenda dos Milagres
Jorge Amado

Pedro Archanjo é Ojuobá, os olhos de Xangô, o pai do povo deserdado da Bahia. Dos negros, dos mestiços, da gente pobre. Rei do terreiro, dos afoxés, chamego das mulheres, amigo dos seus pares, confidente e conselheiro de quantos o procuram. Pedro Archanjo é o bedel da Faculdade de Medicina, mas é também o mentor da Tenda dos Milagres, uma casa de saber, uma oficina de impressão, uma casa de espetáculos, enfim uma quase universidade popular assentada na ladeira do Tabuão.
Um livro em que ele consegue aliar a denúncia social, que sempre permeou sua obra, a uma prosa corrente, de saborosa leitura, onde os tipos tão característicos de seus personagens parecem que estão até hoje a nos espreitar em cada beco, em cada ladeira do centro de Salvador.
Fonte: educacao.uol.com.br
Por: Mauro Maciel

O Planalto e a Estepe

     Sugerido por: Gilberto C. Gesser.



      O romance "O Planalto e a Estepe", escrito pelo angolano Pepetela, se passa na década de 1950, período pós 2ª Guerra Mundial. É uma época em que as duas potências mundiais, União soviética e Estados Unidos, estão em guerra, a Guerra Fria.
       O protagonista, Júlio, um angolano que passa a infância e adolescência em Angola, que ainda é uma colônia de Portugal, conhece a personagem mongol Sarangerel,  na cidade de Moscovo na União Soviética. Ambos querem o melhor para seus países. Os dois se apaixonam e enquanto isso a História está acontecendo ao seu redor. Porém a mesma guerra que os faz se encontrarem, também faz com que se separem por mais de 30 anos. Mesmo estando os dois separados durante todo esse tempo, sempre estiveram ligados pela filha.
          Não deixem de ler esse romance, uma bela história que se passa dentro da História.

Boa Leitura!



sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Percy Jackson e o Ladrão de Raios - Rick Riordan


Por: Joice Locatelli Ribas (PIBID - Letras/Realeza)


O livro Percy Jackson e o Ladrão de raios é o primeiro livro da saga Percy Jackson e os olimpianos, publicado em 2005. Uma série de autoria de Rick Riordan, composta por 5 livros.

            A série é literatura fantástica pura, o autor retrata a mitologia grega no século XXI. Nela, os deuses do Olimpo continuam vivos, ainda se apaixonam por mortais e geram filhos metade deuses, metade humanos, como os heróis da Grécia antiga. Marcados pelo destino, eles dificilmente passam da adolescência. Poucos conseguem descobrir sua identidade. 

            O personagem principal é Percy Jackson que descobre uma parte de sua vida que foi encoberta para sua segurança, essa ficção é mais adequada para quem gosta ou tem curiosidade pela mitologia grega pois esse é o tema principal do livro.
A cada capítulo você se prende mais a história porque ela é escrita de maneira bem humorada e de fácil compreensão que qualquer adulto ou criança conseguiria facilmente entender todo o contexto da história. Eu pessoalmente só tenho coisas boas a dizer sobre "O Ladrão de Raios" e toda a série de "Percy Jackson e os Olimpianos".

Mia Couto Estórias Abensonhadas




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Depois de quase trinta anos de guerra, Moçambique vive agora um período de paz. Nestas Estórias abensonhadas, o premiado escritor Mia Couto capta um país em transição. Numa prosa poética e carregada das tradições orais africanas, o autor tece pequenas fábulas e registros que, sem irromper em grandes acontecimentos, capturam os movimentos íntimos dessa passagem.

Aqui, fantasia e realidade se entrelaçam e se impõem uma à outra, como num reflexo do próprio continente africano. O rio que atravessa essas veredas é a prosa de Mia Couto. Frequentemente comparada à de Guimarães Rosa e Gabriel Garcia Márquez, sua escrita transforma o falar das ruas em poesia, e carrega de magia a dura realidade de seu país. As palavras se combinam em inúmeros significados, e no menor dos enredos cabe tanto o lirismo quanto a guerra.
Mas, se em Terra sonâmbula, um dos romances mais célebres do autor, o cenário era o da devastação do conflito que se seguiu à independência, aqui vemos breves instantes do renascer do país. 
Na Moçambique recriada literariamente por Mia Couto, cada porta entreaberta revela outra faceta de um mundo novo e vibrante, mas repleto de tradição e história.

A Mãe - Máximo Gorki


Por: Viviane Betiol


“A Mãe” de Máximo Gorki se passa no século XX,  na Rússia.  O enredo se da no interior da família Vlassov, uma família proletária que sofria todas as angústias da classe operária. Após, a morte do pai, Pavel, o filho, se vê obrigado a trabalhar para sustentar sua mãe, Pelagueia. Mas, seguir a vida de seu pai, trabalhando na fábrica e se embriagando nas ruas, não lhe agrada. Então, é nos livros que ele encontra um caminho e começa a descobrir a verdade sobre a vida que levavam. E, junto consigo, vai abrindo os olhos de sua mãe sobre a realidade em que viviam e excitando o povo para que se revoltassem contra o sistema que estavam inseridos.

Educação Popular: metamorfoses e veredas - Luiz Eduardo Wanderley


Por: Ana Francisca Gluszewicz


O autor traz a conceitualização de Educação Popular por muitos autores, porém todos se referem ao fato de trabalhar com um projeto político-pedagógico distinto da lógica do capital, voltado para uma nova concepção de educação, educação do povo, com e para o povo, educação transformadora, sem alienação, sem interesse do lucro. Uma educação que traz ao povo mais consciência sobre sua realidade, sobre seu contexto social, histórico, político e cultural, conhecendo as possibilidades de transformar todo o contexto onde está inserido ligada as organizações populares.

Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire

Por: Ana Francisca Gluszewicz (PIBID - Letras/UFFS)



Livro do Educador brasileiro Paulo Freire, foi escrito em 1968, quando o autor encontrava-se exilado no Chile. Proibido no Brasil, somente foi publicado no país em 1974.
 O livro dedicado aos que são chamados como “oprimidos”, propõe uma pedagogia diferente na forma de relacionamento entre professor, aluno e sociedade. É baseado em sua experiência com adultos, onde os ensina a ler e escrever, possui também uma análise de caráter marxista. O livro é muito popular e fácil de ser encontrado.
 “Somente os oprimidos, libertando-se, podem libertar os opressores” (2013, p.24)

Guia do Mochileiro das Galáxias - Douglas Adams

Por: Amanda Tonetto (PIBID - Letras/UFFS)


O livro conta a história do britânico Arthur Dent que acorda em um pacato dia com a notícia que a Terra seria destruída, e que seu amigo é um alienígena vindo com o objetivo de salvar a raça humana. Dessa forma, os dois partem em uma viagem para achar a resposta da "vida, o universo e tudo mais". Porém antes de partirem, eles levam algo muito importante para o sucesso da viagem, uma toalha de rosto.
E assim segue a história do livro, recheado de piadas e ironias, tendo em determinadas partes um humor ácido.

Perto do Coração Selvagem- Clarice Lispector

Por Jessica Leticia Klee rodoy


Este foi seu primeiro livro publicado. Clarice tinha 19 anos e a literatura brasileira da época era bem regionalista, com obras que contavam as dificuldades da realidade social do país. A autora surpreendeu a crítica, pois - completamente invadora - trouxe uma problemática de caráter existencial através da personagem Joana - protagonista que narra a história, por meio de uma fusão temporal entre presente e passado, em dois planos: a infância e a vida adulta.
A infância junto ao pai, a mudança para a casa da tia, a ida para o internato, a descoberta da puberdade, o professor ensinando-lhe a viver, o casamento com Otávio. Todos estes fatos passam pela narrativa, mas o que fica em primeiro plano é o interior de Joana. Ela parece estar sempre em busca de uma revelação. Inquieta, analisa instante por instante, entrega-se àquilo que não compreende, sem receio de romper com tudo o que aprendeu e inaugurar-se numa nova vida.


segunda-feira, 28 de novembro de 2016

A Tulipa Negra - Alexandre Dumas Filho

Por Patrícia Silva de Oliveira

O livro A Tulipa Negra, de Alexandre Dumas Filho,  refere-se a um clássico da literatura francesa. Na obra, têm-se a história de Cornélius Van Baerle, um médico, cultivador e apreciador de tulipas, que é injustamente acusado de traição, sendo levado ao cárcere. O cenário em que se passa a trama é a Holanda do século XVII, entre o início de 1672 e maio de 1673. Todos os esforços de Cornélius destinam-se ao cultivo de tulipas, enquanto está preso e ainda na busca de conseguir inventar a tulipa negra, desafio proposto por uma famosa associação de cultivadores de flores, acaba apaixonando-se por Rosa, a bela filha do carcereiro, e esse amor impossível vai entrelaçando-se com outros eventos. O livro trata de temas como a inveja e a luta pelo poder, mesclando fatos históricos com a ficção.

A cartomante - Machado de Assis


Por Pamela Tais Clein

A narrativa tem como tema a paixão e a traição, mostra os conflitos e um
final com tragédia. Vilela e Camilo são dois amigos de infância que se reencontraram, enquanto Camilo ainda está solteiro, Vilela seu amigo já é casado com Rita. Por muito tempo o relacionamento entre os três é de amizade, até que um dia o sentimento entre Rita e Camilo muda. E eis que surge o triângulo amoroso e encontros as escondidas, até que um dia Camilo recebe ameaça de cartas anônimas relatando a traição. Devido as cartas e ao medo de ser denunciado, Camilo se afastar de Rita, a moça por conta da ausência do amante, procura uma cartomante, mais tarde Camilo também procura a cartomante para saber de seu futuro, a cartomante diz que Camilo e Rita seriam felizes no futuro. Confiante com que acabara de ouvir o rapaz volta a casa de Vilela, e ao chegar lá se deparou com Vilela transtornado, Rita fora assassinada pelo esposo, em seguida o amante também é morto pelo marido traído.

“Antes de nascer o mundo”, Mia Couto



Por: Nadiane Laiz Lotici
“Antes de nascer o mundo” conta a História de Mwanito, que mesmo sendo uma  criança, traz na bagagem a perda da mãe, o relacionamento difícil com o pai e um solitário distanciamento do mundo. Para ele, não há vida além de Jesusalém, um pedaço da savana de Moçambique devastado pela guerra e esquecido por Deus. 
Seria ali, naquela terra estranha e de ninguém, que Jesus voltaria para lhe pedir perdão por toda a infelicidade que lhe causou. Aquele era todo o mundo de Mwanito, que não conhecera outro e cujos sonhos não aprenderam a viajar.
"Não chegamos realmente a viver durante a maior parte da nossa vida. Desperdiçamo-nos numa espraiada letargia a que, para nosso próprio engano e consolo, chamamos existência. No resto, vamos vagalumeando, acesos apenas por breves intermitências." Mia Couto - Antes de Nascer o Mundo.
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Lucíola - José de Alencar

 Por: Gabrieli Tillwitz


      Esta obra, fala sobre a vida de uma meretriz de luxo, suas vivências e angústias enfrentadas nessa polêmica profissão, e também relata a história de um romance, considerado proibido para a sociedade da época.
   









As melhores histórias da mitologia Africana - A. S. Franchini; Carmen Seganfredo


Por: Rafaela Lotici Gonçalves da Silva


Considerando que a cultura africana ainda é estigmatizada, possui um estereótipo de apagamento de registros histórico-culturais, o livro vem em a contribuir para a desmistificação desse preconceito além de causar a sensação de deleite ao leitor que ao se deparar com toda a uma carga cultural, consegue visualizar a tamanha riqueza que o continente africano possui.
A conectividade com a Mãe África, a terra, a natureza, os deuses, está presente nas sessenta e seis belas histórias das crenças da cultura africana. Em seguida uma das histórias na íntegra para aguçar o paladar literário.

“Iemanjá dá a luz”
Iemanjá, vivia sozinha no céu, sob as vistas de Olorum, o deus supremo africano. Este, ao ver um dia o quanto a deusa estava isolada, resolveu que era hora de ela povoar a sua solidão.
-        Iemanjá deve ter alguém que lhe faça companhia - disse o deus a si mesmo.
A lenda não diz exatamente o que Olorum fez, mas o fato é que depois de algum tempo a barriga de Iemanjá começou a crescer extraordinariamente.
-        O que será isto? - dizia ela, a observar o ventre cada vez mais disforme.
Iemanjá passou em revista toda a sua alimentação, mas nada encontrou de anormal.
-        Não entendo! Não comi um grão a mais! - disse ela, convicta da inocência como uma obesa reincidente diante do ponteiro acusador da balança.

Em vão. Quanto mais a deusa se espantava, mais o ventre crescia.
Então, no dia em que, diante do espelho, não pôde mais ver seu próprio rosto, correu apavorada até Olorum.
-        Até quando isto irá? - disse ela, abraçando o ventre como quem abraça o globo terrestre.
-        Calma, menina, falta pouco - disse o deus, muito calmo.
-        Pouco? Quanto pouco? - disse ela, muito nervosa.
-        Bem pouquinho - disse ele, extraordinariamente sereno.
Iemanjá voltou para casa sem ter conseguido se acalmar.
-        O que haverá aqui dentro? - disse ela, encostando o ouvido no próprio ventre.
Um ruído de búzios soltos a se chocarem entrou-lhe pelo ouvido.
-        Quantas coisas a agitarem-se dentro de mim! - disse ela, apavorada.
Os dias passaram e seu ventre expandiu-se tanto que ela passou a ser só um ventre com pernas e braços.
-        Socorro! - disse ela, mirando não o deus, mas a gigantesca esfera do seu ventre.
-        Calma, chegou a hora - disse Olorum, não muito serenamente, já que afastou-se um pouco e discretamente para o lado.
Neste instante Iemanjá deu um grito - um grito que não sabemos dizer se foi de dor ou de alegria - e caiu deitada de costas. Logo em seguida suas pernas se abriram e de dentro dela escapou-se uma torrente fantástica de pequenas luzes faiscantes.
-        Chame-as de "estrelas", minha querida! - disse Olorum, radiante. - A partir de hoje, suas noites deixarão de ser escuras e solitárias!
A torrente de estrelas continuou a espalhar-se por todo o céu, como uma chuva de diamantes, até que a última fagulha de luz tivesse ido ocupar o seu lugar no grande telhado da noite.
Iemanjá, ao ver-se outra vez com o ventre lisinho, suspirou:
-        Muito obrigada, maior dos deuses. Já não sou mais solitária, nem apenas um ventre.
Iemanjá passou a ocupar suas noites em observar, a distância, cada uma das estrelas. Depois, deu um nome a cada uma delas e também às constelações, que eram as famílias delas.
Infelizmente, nenhuma foi capaz de lhe responder, nem para dizer se gostara ou desgostara do nome, de tal sorte que Iemanjá continuou a viver na mais iluminada das solidões.
Olorum percebeu o retomo da tristeza da deusa.
-        Difícil contentá-la - disse a si mesmo, e bem baixinho, porque dizer isto para uma mulher (seja deusa ou não) qualquer homem (seja deus ou não) sabe bem o preço.
Dali a algum tempo, não sabemos por que artes, Iemanjá começou a esferizar-se novamente.
-        Ai, não! Outra vez! - disse ela, afagando o ventre ligeiramente abaulado.
Outra vez, sim, Iemanjá teve de passar pelo suplício de uma gravidez prodigiosa. O tempo passou e ela apresentou-se novamente diante de Olorum.
-        Veja isto, grande deus! - disse ela, desconsolada. - O que virá agora?
-        O que virá se verá - disse o deus, laconicamente.
Mais um pouco e a deusa já podia colar o ouvido na barriga, outra vez. Um ruído líquido intenso seguido de estrondos prodigiosos encheram-na de espanto.
-        Que coisas moventes são estas que trago aqui dentro? - disse, assustada, a si mesma.
Mas o que era, de fato, ela só descobriu quando, caída de costas outra vez, viu brotar do seu ventre um verdadeiro exército de nuvens de todas as formas e tamanhos - desde os discretos cúmulos e cirros até as gigantescas nuvens tempestuosas da cor do ferro, que logo começaram a engolir as demais.
-        O que está acontecendo, grande deus? - disse Iemanjá, assustada com a escuridão.
-        A estas criaturas macias e alvas chamaremos "nuvens" e à junção maravilhosa de todas elas chamaremos "tempestade" 
disse o deus, serenamente, mas procurando já um bom abrigo.
Logo o céu encheu-se de clarões e estouros - que o deus, em seu furor batizante, chamou de "relâmpagos" e "trovões' - e um poderoso aguaceiro desceu dos céus, enchendo a terra de todas as formas de acumulações de água, desde os cacos de água das poças até os gigantescos espelhos dos oceanos.
Iemanjá, entre maravilhada e aterrada, assistiu ao espetáculo das águas, que desciam velozes dos céus para a terra e depois subiam velozes da terra para os céus.
Infelizmente, nenhuma destas coisas ruidosas jamais trocou consigo uma única palavra, de tal sorte que lemanjá continuou prisioneira da mais úmida das solidões.
-        Nem nuvens nem estrelas a agradam - disse Olorum, baixinho, ao ver a deusa triste outra vez.
Então, pelo mesmo expediente a nós ocultado, lemanjá voltou a ter seu ventre fecundado.
-        O que mais agora, meu pai?! - disse ela, pondo uma nova mão trêmula sobre a barriga.
O ventre cresceu outra vez, lemanjá sumiu atrás dele outra vez, e depois de ter colado o ouvido nele e ter escutado uma confusão de ruídos, procurou outra vez o deus supremo até ver-se novamente caída de costas.
-        Grande deus, o que vejo aqui? - disse lemanjá, numa felicidade espantada ao ver brotar de dentro de si uma série de seres tais como ela.
Eram sete deuses, que Olorum, com um riso imenso no rosto, foi nomeando um a um:
-        Eis Xangô, deus do trovão e da justiça! Eis Iansã, deusa dos ventos e da tempestade! Eis Ogum, deus dos metais e da guerra! Eis Ossaim, deus das ervas e da cura! Eis Omulu, deus da varíola e das doenças! E, eis, finalmente, os dois Ibejis, deuses da infância.
lemanjá, encantada, repetiu o nome de todos eles, um por um, outra vez:

-        Xangô, Iansã, Ogum, Ossaim, Omulu e os dois Ibejis!

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

A menina sem palavra - Mia Couto







A Menina sem palavra 
                                                   Mia Couto

Neste livro Mia Couto retrata através de seus dezessete contos, histórias sobre a infância de crianças de Moçambique. 
Ao apreciar a obra, o leitor se encanta com a pureza e a riqueza de detalhes, impressionando-se também com  os relatos de pobreza e miséria retratados pelo autor, com muita delicadeza.
Trata-se de um livro fascinante. Uma leitura rápida e prazerosa.



Por: Ramunielly Bonatti

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Lavoura Arcaica de Raduan Nassar


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Lavoura arcaica é um texto em que se entrelaçam o novelesco e o lírico, por meio de um narrador em primeira pessoa - André, o filho encarregado de revelar o avesso de sua própria imagem e, consequentemente, o avesso da imagem da família. É sobretudo uma aventura com a linguagem: além de fundar a narrativa, a linguagem é também o instrumento que, com seu rigor, desorganiza um outro rigor, o das verdades pensadas como irremovíveis. Lançado em dezembro de 1975, Lavoura arcaica foi imediatamente considerado um clássico, "uma revelação, dessas que marcam a história da nossa prosa narrativa", segundo o professor e crítico Alfredo Bosi.




Mauro Maciel Simões

Fonte: http://www.companhiadasletras.com.br

O Cortiço

Resultado de imagem para Aluísio Azevedo: O CortiçoNa literatura brasileira, O Cortiço é o romance mais exemplar da estética realista-naturalista. Nele, pode-se perceber com clareza a visão que os naturalistas tinham das reações sociais no desejo de enriquecimento que toma João Romão, e ainda a imagem que os naturalistas faziam das relações pessoais no envolvimento amoroso entre Jerônimo e Rita Baiana.

O romance foi escrito em um período de profundas transformações na paisagem urbana do Rio de Janeiro, captadas ali com o registro cru do naturalismo, que rejeitava qualquer forma de idealização do real.

Por Natanieli Felichak