segunda-feira, 23 de novembro de 2015

A Menina Que Não Sabia Ler - John Harding


Por Simoni Guimarães (PIBID -Letras/UFFS)



Era 1891, e foi ai que tudo começou: a saga da menina que era proibida de aprender a ler por seu Tio e tutor, homem o qual ela não possui nem uma lembrança em sua mente. Florence aprende a ler sozinha, escondida de todos que habitavam a assombrada e intrigante mansão. Tudo começa quando a jovem Florence encontra a biblioteca e a partir daí apaixonasse pela leitura. Ela e seu irmão mais novo Giles, foram entregues aos cuidados do tio após perderem seus pais, os dois ainda muito pequenos, mas o tio mora em algum outro país europeu, o qual negligencia a existência dos sobrinhos. Tudo ia muito bem na vida dos irmãos no interior da Nova Inglaterra, até a chegada da nova preceptora: Senhorita Taylor, que veio ocupar o lugar da última preceptora que havia morrido afogada no lago. Seu irmão, após uma tentativa de estudos no internato, havia regressado para a mansão. E foi neste momento que Florence nota algo de errado em Taylor, a qual possui atitudes estranhas e uma imensa atração por Giles, tentando sempre afastar o menino da irmã. Taylor acaba se tornando o pior pesadelo de Florence, sendo que a jovem descobre um ritual noturno da nova preceptora que envolve seu pequeno irmão. Aterrorizante e ameaçadora essa é a imagem que Florence vê.  Como ninguém acredita na pobre menina, ela decide investigar Taylor e o passado da grande e misteriosa mansão. O que vai sendo descoberto a cada página, da ao leitor sentimentos como ansiedade e medo. Existem ligações inexplicáveis que tornam a investigação incessante e solitária de Florence, algo que deixa o leitor sem folego. O suspense que deixa o leitor com desejo de ler mais e mais, que provoca a vontade de “devorar” este livro, é o que envolve todos os personagens e a velha mansão.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Desventuras em Série: Mau Começo - Lemony Snicket



Por Claudia Cogo 




Mau começo é o primeiro livro da série em que Lemony Snicket narra as desventuras dos irmãos Baudelaire. Violet, Klaus e Sunny são encantadores e inteligentes, mas segundo o narrador, ocupam o primeiro lugar na classificação de pessoas mais infelizes do mundo. De fato, a infelicidade segue os seus passos desde a primeira página, quando eles estão na praia e recebem uma trágica notícia. Esses ímãs que atraem desgraças terão de enfrentar, por exemplo, roupas que pinicam o corpo, um gosmento vilão dominado pela cobiça, um incêndio calamitoso e mingau frio no café da manhã. É por isso que, logo na quarta capa, Snicket avisa ao leitor: "Não há nada que o impeça de fechar o livro imediatamente e sair para uma outra leitura sobre coisas felizes, se é isso que você prefere".
A partir do pseudônimo de Lemony Snicket, Daniel Handler conta de uma maneira muito diferente a vida dos três irmãos fictícios. A todo momento o narrador conversa como leitor, dando explicações, fazendo sugestões e tentado convencê-lo de que se ele procurou esse livro para encontrar uma história feliz, é melhor abandoná-lo e procurar outro, pois de nenhuma forma os treze livros que compõem a coleção, narram fatos felizes. A vida dos irmãos Baudelaire, é repleta de "acidentes" trágicos, tristeza e aflição, e tudo por causa do malvado Conde Olaf e sua determinação de conseguir ficar com a heranças dos Baudelaire.
Mau começo apresenta os personagens principais de toda a narrativa, além dos irmãos e do Conde, temos o Sr. Poe, o advogado que tem a responsabilidade de cuidar dos interesses dos Baudelaire. Sobre os irmãos Baudelaire, são apresentadas características importantes desses personagens, que farão toda a diferença no desfecho da história, Violet é a mais velha e é uma inventora, e quem a conhece sabe que no momento em que ela prende os cabelos, sua mente está trabalhando para resolver um problema. Klaus tem a incrível habilidade de ler, mas ler sobre tudo, todos os assuntos lhe interessam, e tudo fica gravado em sua mente, para o momento que for preciso usar as informações. Por fim, Sunny a caçula, ainda bebê, tem uma mordida extremamente forte, seu passamento favorito é morder coisas, e sendo ela um bebê que ainda não sabe falar, se expressa através de uma linguagem que apenas sua família entende. O primeiro volume apresenta também a tragédia inicial que transformará a vida dos irmãos.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Um Amor Anarquista - Miguel Sanches Neto


Por Alexsandra Aline Potulski


O livro Um Amor Anarquista  de Miguel Sanches Neto conta a história de um grupo de imigrantes italianos, que no final do século XIX, na pequena cidade de Palmeira, no interior do Paraná, funda a Colônia Socialista Cecília, no qual tenta-se destruir o sistema tradicional da família e implantar o amor livre.
A história se passa num tempo em que anarquismo ainda não era sinônimo de desordem. Giovanni Rossi, intelectual italiano, idealiza uma comunidade experimental na América do Sul, onde aplicaria os princípios socialistas não só à produção, mas também às relações pessoais e amorosas. Seria a primeira experiência do amor livre. O problema é que as poucas mulheres da colônia não estão dispostas a tal prática, e os solteiros têm urgência de amor. As casadas mantêm-se voluntariamente presas ao marido como se este fosse um patrão, os pais não aceitam que as filhas se percam numa vida insegura e errante, enquanto algumas meninas solteiras trocam favores sexuais por presentes, prática abominada por Rossi. A pobreza do lugar e o mau comportamento de alguns imigrantes são reflexos e conseqüência dessa falta de amor (na verdade, de sexo), enquanto o comportamento de pais e maridos em relação a suas mulheres se mostra uma incômoda evidência de que os princípios anarquistas ainda eram utopias distantes. E neste ambiente Rossi conhece Adele, uma italiana socialista, casada e disposta a quebrar preconceitos e adotar o amor livre, beneficiando justamente Rossi, por quem se apaixona. Segue um pequeno trecho da obra:

Uma parte de mim, no entanto, sentia falta da mulher, era minha raiz egoísta, contra a qual eu lutava todos os dias, lembrando que os interesses da Colônia tinham mais importância e minhas dores não passavam de sentimentos individuais e suportáveis. Caminhava pela estrada, vendo a lua se levantar no horizonte, uma lua cheia, luminosa, pulsando de forma tão intensa que cheguei a sentir vontade de voltar para minha casa, para minha cama, para minha mulher. E de repente eu queria que as coisas fossem minhas. Isso era triste, mais triste do que a solidão. [...]

O diário de Anne Frank - Otto H. Frank e Mirjam Pressler


Por Amanda Tonetto (PIBID - Letras/UFFS)



O livro é uma biografia da Holandesa Anne Frank. Ela ganhou o diário no seu aniversário de 13 anos, nomeando-o de Kitty, o qual passou a escrever seu dia a dia. Nas primeiras páginas do diário ela possui uma vida normal. A partir do momento em que a Alemanha, na segunda Guerra Mundial, anuncia que está se apossando da Holanda, Anne, sua irmã, seu pai e sua mãe passam a viver, junto com outras duas famílias judias, em um anexo do prédio onde o pai dela trabalhava.
Com o passar do tempo, as noites no anexo vão ficando conturbadas, pois há pessoas entrando na empresa no meio da noite. Assim, Anne vai se sentindo deprimida e sua convivência com a família vai ficando conturbada. Ela desenvolve uma espécie de amor por seu colega de esconderijo, Peter Van Daan, o pai dela desaprova esse romance e ela acaba a ficar brava.
Depois de dois anos e meio escrevendo, no dia 1 de agosto de 1944 acaba o diário. Porém, no prólogo, explica que três dias após, soldados da Gestapo vieram buscá-los, e eles foram mandados para o campo Bergen-Belsen.
Anne morre em março de 1945, decorrente de doenças contagiosas.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Dom Casmurro - Machado de Assis



Por Pamela Tais Clein (PIBID - Letras/UFFS)



A narrativa de Dom Casmurro é feita em primeira pessoa por Bento Santiago, a qual é interrompida a todo momento por pensamentos ou lembranças fragmentadas. A narração relata a história de um homem envelhecido que parece preencher sua solidão com a recordação de um passado que marca seu sofrimento pessoal.
A história se passa por volta de 1857, na cidade do Rio de Janeiro. O narrador realiza uma trajetória pelos bairros e ruas do Rio, desde o Engenho Novo, onde escreve sua obra, até a Rua de Matacavalos, onde passou sua infância e conheceu Capitu (Capitolina). Bentinho e Capitu casam-se em 1865 e separam-se 1872. Depois de alguns anos tentando ter um filho, Capitu dera à luz Ezequiel, cujo nome é uma homenagem ao melhor amigo de Bentinho, Ezequiel Escobar, a quem conheceu quando estudaram juntos no seminário. Bento enxerga no filho a figura do amigo recém-falecido, afogado na praia, e fica convencido de que fora traído pela mulher. Desde muito cedo Bentinho demonstrava sentir ciúmes doentios, tal qual fora convencido por José Dias que a amada Capitolina tinha "olhos de cigana oblíqua e dissimulada".
Após inúmeras discussões, o casal decide separar-se e o protagonista se torna, pouco a pouco, o amargo Dom Casmurro. Capitu morre no exterior e Ezequiel tenta reatar relações com ele, mas a semelhança extrema com Escobar faz com que Bento Santiago continue rejeitando-o. O narrador parece menosprezar um pouco a própria obra e convence-se de que o melhor a fazer agora é escrever outro livro.

Boa Leitura!