Por Elisandra Maria Moreira (PIBID Letras/UFFS)
A
vida em tons de cinza conta a história de um povo que perdeu tudo,
menos a dignidade, a esperança e o amor. Lina Vilkas é uma lituana
de 15 anos cheia de sonhos. Dotada de um incrível talento artístico,
ela se prepara para estudar artes na capital. No entanto, a noite de
14 de junho de 1941 muda para sempre seus planos.
Por
toda a região do Báltico, a polícia secreta soviética está
invadindo casas e deportando pessoas. Junto com a mãe e o irmão de
10 anos, Lina é jogada num trem, em condições desumanas, e levada
para um Gulag,
na Sibéria. Lá, os deportados sofrem maus-tratos e trabalham
arduamente para garantir uma ração ínfima de pão. Nada mais lhes
resta, exceto o apoio mútuo e a esperança.
"Cada
respiração fazia minha garganta arder. O sol não apareceu. A noite
polar havia começado. A luz pintava a paisagem deslocada em tons de
azul e cinza."
E
é isso que faz com que Lina insista em sua arte, usando seus
desenhos para enviar mensagens codificadas ao pai, preso pelos
soviéticos. Ruta Sepetys, a autora, nos revela a história de um povo que foi anulado e que, por 50 anos,
teve que se manter em silêncio, sob a ameaça de terríveis
represálias.
Para
Estônia, Letônia e Lituânia, essa foi uma guerra feita de crenças.
Esses três pequenos países nos ensinaram que a arma mais poderosa
que existe é o amor, seja por um amigo, por uma nação, por Deus ou
até mesmo pelo inimigo. Somente o amor é capaz de revelar a
natureza realmente milagrosa do espírito humano.
Sobre
a Autora:
Nascida
e criada em Michigan, nos Estados Unidos, em uma família de
artistas, leitores e amantes da música. Ruta Sepetys é filha de um
lituano refugiado. A Vida em Tons de Cinza, seu primeiro romance,
inspirado pela história de sua própria família foi publicado em 40
países. Ruta pôde dar voz às centenas de milhares de pessoas que,
de alguma forma, foram atingidas pelo genocídio perpetrado por
Stalin.