terça-feira, 30 de junho de 2015

É Preciso Lutar - Marcia Kupstas


Gilberto Gesser

É Preciso Lutar!

Para aqueles que não são muito adeptos à leitura esse livro vai lhes mostrar que ler não é nada complicado, muito menos tedioso. Ao contrário, Kupstas costura a trama toda em torno de uma árvore, aliás, tudo começa por causa dessa árvore em questão, uma tipuana que fica em frente de um edifício na Rua Marcelina. O prefeito dá ordem para cortá-la em uma “troca de favores” com um prestigiado colega político, Gregório, pois este satisfaz todos os caprichos da mulher, Juanita, as flores da tipuana sujavam o seu carro, para ela era motivo suficiente para por a árvore abaixo.Até aí a estória nos parece bem familiar, personagens e troca de favores como esses existem e são feitos ás pencas todos os dias no Brasil. Porém é aí nesse ponto que surge nosso herói, Kanassa de Moura, um pintor de meia idade que ao saber do corte da tipuana achou uma corda, subiu na árvore e se amarrou nela para tentar evitar sua derrubada. Kanassa não sabia ao certo o motivo por estar fazendo isso, talvez fosse por ter passado os melhores momentos de sua infância e juventude embaixo dessa árvore.Com seu ato, Kanassa evita temporariamente a derrubada da árvore e causa curiosidade aos transeuntes, repórteres, e em especial de uma menina de 15 anos, Zizi, que acha aquilo incrível e 
que juntamente com Kanassa, consegue contagiar e levantar um grande movimento social em favor da preservação ecológica. Em meio a todo esse movimento Kanassa reencontra o afeto paternal através de Zizi e esta descobre o amor, com Cesar. Poderíamos dizer que o livro É preciso lutar é um romance-ecológico, pois envolve o amor, o afeto paternal e também o afeto fraternal que ocorre quando toda essa comunidade se reúne para evitar o corte da árvore.
Vale à pena conferir essa estória. Boa Leitura.


A Paixão segundo G.H.- Clarice Lispector



Por Alexsandra Aline Potulski (PIBID - Letras/UFFS)




            O enredo do livro de Clarice Lispector “A paixão segundo G.H.” é constituído por uma mulher que após demitir sua empregada tenta limpar seu quarto e encontra uma barata. Ao matar a barata ela perde sua individualidade e narra esse episódio, em monólogo, uma sequência sistemática dos fatos e fluxos de consciência que permeiam todo o livro.
            Ao esmagá-la e comê-la a protagonista encontra uma verdadeira razão de estar no mundo e isso gera uma profunda reflexão existencial, a barata faz uma analogia ao sofrimento e o descobrimento do próprio ser. “Era isso então. É que eu olhara a barata viva e nela descobria a identidade de minha vida mais profunda” (LISPECTOR, p.39).
            Com o intuito de retomar seus instintos primitivos, G.H deve enfrentar a experiência de provar o gosto do inseto. O provar simboliza uma reviravolta em seu mundo alienado, imune e condicionado. Após o ocorrido é que a personagem se dá conta do seu verdadeiro estar no mundo.




Os Pastores da Noite – Jorge Amado

Por Willian Henrique Cândido Moura

Neste livro de Jorge Amado são apresentadas três histórias distintas mas que se sucedem com os mesmos personagens, os Pastores da Noite, pessoas notívagas, que cultivam os mesmos ideiais: o ódio à polícia, o amor à cachaça e a preguiça de trabalhar. As histórias giram em torno de um batizado, um casamento e a ocupação de um morro por desabrigados.
O casamento do Cabo Martim, a primeira das histórias, recai sobre os Pastores da Noite como uma bomba, pois Martim é um deles, e não é de seu feitio se prender a uma mulher, casar e constituir um lar.
Na história do batizado, Negro Massu vive um dilema, pois, o padrinho de seu filho é Ogum, mas quem acaba chegando à igreja para o batizado é Exú.
A ocupação do morro do Mata Gato, última parte do livro, traz ao romance um caráter mais social, a ocupação do morro por desabrigados, a polícia tentando impedir a ocupação e também a revolução que é organizada pelos Pastores da Noite para que o morro pudesse se tornar sua nova casa.

É um livro repleto de simbologias, religiosidade, comédia, drama e romance que te prende do início ao fim. A maneira como são descritos os personagens, o cenário, te faz reportar imediatamente para as paisagens da Bahía de todos os santos.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Esaú e Jacó - Machado de Assis

Por Aline Holdefer (PIBID Letras/UFFS)

O romance Esaú e Jacó, retrata a história dos irmãos gêmeos Pedro e Paulo. Esses irmãos, assim como os irmãos bíblicos, Esaú e Jacó, brigam desde o ventre materno. A história é narrada em terceira pessoa pelo Conselheiro Aires, homem que conhece a história desses irmãos e atua como um conselheiro da família. 
À medida que vão crescendo, os gostos e caminhos opõem-se cada vez mais, repercutindo numa rivalidade cada vez mais intensa. Pedro decide estudar medicina no Rio de Janeiro, enquanto que Paulo resolve estudar direito em São Paulo. As desavenças aumentam ainda mais quando os jovens trilham caminhos antagônicos da política brasileira do início do século XX, já que Pedro era um defensor da Monarquia, enquanto que Paulo lutava pela instauração da República.
A situação piora quando os dois irmãos apaixonam-se por Flora. A jovem não consegue escolher com qual dos irmãos ficar e isso culmina no seu adoecimento, e posteriormente, na sua morte. Com a morte da amada, juraram que as brigas iriam acabar. Entretanto, isso durou por pouco tempo e logo a velha rotina voltou. Depois de um tempo, a mãe dos gêmeos veio a falecer, mas antes disso, ela fez eles prometerem que seriam amigos.
No fim, Paulo saiu vitorioso, já que a República tornou-se o sistema político do momento. Ambos os irmãos tornaram-se deputados, mas de lados opostos. Após a morte da mãe, conviviam como amigos, mas isso durou por pouco tempo e voltaram à natureza da inimizade.

Tenda dos Milagres - Jorge Amado

Por Sandy Pizatto (Letras - UFFS)

Na “Tenda dos Milagres”, na ladeira do Tabuão, em Salvador, onde o amigo Lídio Corró mantém
uma modesta tipografia e pinta quadros de milagres de santos, o mulato Pedro Archanjo atua como uma espécie de intelectual orgânico do povo afrodescendente da Bahia. Autodidata, seus estudos sobre a herança cultural africana e sua defesa entusiástica da miscigenação abalam a ortodoxia acadêmica e causam indignação entre a elite branca e racista.

A história é contada retrospectivamente, em dois tempos. Em 1968, a passagem por Salvador de um célebre etnólogo americano admirador de Archanjo desencadeia um revival de sua vida e obra. Para a comemoração do centenário de nascimento do herói redescoberto, arma-se todo um circo midiático. Contrapondo-se a essa apropriação política da imagem de Archanjo, sua trajetória é narrada paralelamente como foi preservada na memória do povo: os amores, as polêmicas com os luminares da universidade, os confrontos com a polícia.
Ao contar a história desse herói complexo, também conhecido como 'Ojuobá”, Jorge Amado traça um painel da cultura negra baiana e de sua resistência contra a repressão violenta a que foi submetida nas primeiras décadas do século XX, resgatando e exaltando manifestações como o candomblé, a capoeira, os afoxés e o samba de roda. 

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Sugestão de leitura

      MIA COUTO                            Resultado de imagem para MIA COUTO

A história de A varanda do frangipani se passa vinte anos após a Independência, depois dos acordos de paz de 1992.
O romance é narrado pelo carpinteiro Ermelindo Mucanga, que morreu às vésperas da Independência, quando trabalhava nas obras de restauro da Fortaleza de S. Nicolau, onde funciona um asilo para velhos. Ele é um "xipoco", um fantasma que vive numa cova sob a árvore de frangipani na varanda da fortaleza colonial. 
As autoridades do país querem transformar Mucanga em herói nacional, mas ele pretende, ao contrário, morrer definitivamente. Para tanto, precisa "remorrer". Então, seguindo conselho de seu pangolim (uma espécie de tamanduá africano), encarna no inspetor de polícia Izidine Naíta, que está a caminho da Fortaleza para investigar a morte do diretor. 
Mais de vinte anos depois da independência de Moçambique, quando a guerra civil já arrefeceu, a Fortaleza é um lugar em que convergem heranças, memórias e contradições de um país novo e ao mesmo tempo profundamente ligado às tradições e aos mitos ancestrais. Da sua varanda se pode enxergar o horizonte. O romance de Mia Couto esboça, assim, uma saída utópica para um país em reconstrução.

Sugestão de leitura

Gabriela, Cravo e canela- Jorge Amado

Joise Maria Luft (PIBID-Letras/UFFS)

Uma das obras mais célebres do autor baiano Jorge Amado, Gabriela, cravo e canela, publicado em 1958, aborda temáticas relativas á participação da mulher na sociedade entre outros aspectos, a partir de uma estória ambientada na  Ilhéus de 1920, cidade do interior baiano com economia fortemente movimentada pela produção cacaueira,
            O narrador em terceira pessoa e onisciente, inicia a história apresentando o caso de assassinato de uma mulher por seu esposo, fazendeiro muito rico, apresentando o tema da traição e dos costumes machistas e violentos da época.
            A partir daí inicia-se a narração do relacionamento afetivo entre Nacib, comerciante Sírio dono de um restaurante, e Gabriela, retirante do agreste que chega a cidade  no ano de 1925 e se emprega no Vesúvio, restaurante de Nacib. Gabriela sertaneja dotada de uma beleza grandiosa e de uma sensualidade diferente que desperta o amor de Nacib. Inicia-se um relacionamento amoroso entre os dois, e na mesma proporção que o amor cresce, com ele cresce os ciúmes de Nacib, que  aconselhado pelos amigos decide casar-se com Gabriela e torna-la uma dama da sociedade Ilhense, ideia frustrada, visto que Gabriela possuía uma personalidade incomum para a época,  era rústica e livre, aversa aos trajes luxuosos e aos eventos sociais que sua vida matrimonial exigia. A partir daí, ciúmes, rompimento, traição e grandes reviravoltas acontecem.


 “Não tarda, porém, a descobrir que ela tem a cor da canela e o cheiro do cravo."

Sugestão de leitura Janete Ribeiro


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Graciliano Ramos nasceu no dia 27 de outubro de 1892, na cidade de Quebrangulo, sertão de Alagoas, filho primogênito dos dezesseis que teriam seus pais, Sebastião Ramos de Oliveira e Maria Amélia Ferro Ramos. Viveu sua infância nas cidades de Viçosa, Palmeira dos Índios (AL) e Buíque (PE), sob o regime das secas e das surras que lhe eram aplicadas por seu pai, o que o fez alimentar, desde cedo, a ideia de que todas as relações humanas são regidas pela violência.Em seu livro autobiográfico "Infância", assim se referia a seus pais: "Um homem sério, de testa larga (...), dentes fortes, queixo rijo, fala tremenda; uma senhora enfezada, agressiva, ranzinza (...), olhos maus que em momentos de cólera se inflamavam com um brilho de loucura". 


Em 1962 é publicado    "Alexandre e outros heróis"

 Alexandre é um vaqueiro contador de histórias . Tem sempre em sua casa uma pequena platéia de amigos e parentes que lhe ouvem os causos fantásticos supostamente por ele vividos.É homem de posses miúdas: “uma casa pequena, meia dúzia de vacas no curral, um chiqueiro de cabra e roça de milho na vazante do rio”. Quanto à mulher, Cesária, nada possui; ela completa, juntamente com a espingarda de matar passarinhos, os parcos bens de Alexandre. É ela quem sempre confirma (e remenda) as histórias contadas por Alexandre.Libório, um cantador de embolas; Mestre Gaudêncio, um curandeiro; Das Dores, que exerce o ofício de rezadeira e Firmino, mendigo, cego e preto, formam o constante e limitado auditório. Todos portanto na orla da mendicância declarada, flutuando entre a magia e a arte popular sem preço, indivíduos marginais, inofensivos, não integrados em nenhuma atividade produtiva. Os donos de terra e de gado, os vaqueiros, os soldados, mesmo os pequenos negociantes ou lavradores, nenhum ouve os contos de Alexandre. Alexandre apoiado por Cesária, que faz rendas, artesanato , inventa e fala para os inteiramente despojados.
Mesmo antes da apresentação de Alexandre e Cesária, Graciliano Ramos tem o cuidado de advertir: “As histórias de Alexandre não são originais: pertencem ao folclore do Nordeste, e é possível que algumas tenham sido escritas.” Ou seja, as histórias que Alexandre conta só acontecem no âmbito da ficção, por seu caráter inverossímil e ficcional.



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terça-feira, 23 de junho de 2015

Cacau - Jorge Amado


Por Claudia Luana Cogo (Letras - UFFS)
Cacau é o segundo romance de Jorge Amado, publicado em 1933, é narrado em primeira pessoa, e conta a história do Sergipano José Cordeiro, trabalhador em uma fazenda de cacau na Bahia, na década de 1930. A história descreve como viviam os trabalhadores, suas precárias condições de sobrevivência e como eles enfrentavam as adversidades. O livro aborda questões como a expansão da corrente comunista e a consciência de classe, assim como retrata a condição das mulheres de acordo com sua posição social.
A história inicia com uma resgate do passado, da infância de José Cordeiro, ele conta como sua família era bem sucedida, até que seu pai morre e seu tio fica com a fábrica que eles possuíam em sociedade, deixando José, a mãe e a irmã sem nada. Esse passagem que narra a infância, é essencial para entendermos a formação do caráter do protagonista e os fatos que o levam ao desfecho da história, pois ao longo da narrativa, ele tem a oportunidade de deixar de ser trabalhador e tornar-se um proprietário de terras, graças à uma proposta de casamento de Mária, a filha o dono da fazenda, o coronel Manoel Misael de Souza Telles, ele porém não aceita, decide permanecer ao lado dos trabalhadores e lutar por seus direitos.


"– Por que você não matou Colodino? Por que queria bem a ele? 
– Eu gostava de Colodino... Mas eu não queimei o bruto porque ele era alugado como a gente. Matá coroné é bom, mas trabaiadô não mato. Não sou traidô... 
Só muito tempo depois soube que o gesto de Honório não se chamava generosidade. Tinha um nome muito mais bonito: Consciência de Classe." (AMADO, 1933, p. 56)




segunda-feira, 22 de junho de 2015

Sugestão de leitura.

Quincas Borba- Machado de Assis.

Caroline Teixeira (PIBID- Letras/ UFFS)

        Machado de Assis, como se sabe, é um dos maiores nomes da literatura brasileira. No romance Quincas Borba, ele relata sobre o herdeiro de Quincas Borba, Rubião, que após a morte do amigo enriquece com sua fortuna detido por uma condição: deveria cuidar do gato do falecido, também chamado de Quincas Borba,
        De Barbacena ele muda-se para o Rio de Janeiro, e como possuía dinheiro despertou a amizade do casal Palha, o que com o tempo, fez com que Rubião se apaixonasse por Sofia, esposa de Cristiano Palha. Sofia havia percebido a paixão de Rubião por ela, Cristiano percebe que isso pode ajuda-lo a construir melhores relações com Rubião e não importa-se. 
        O casal e o novo rico frequentam festas e jantares juntos, e, Rubião em um desses eventos declara-se à Sofia, que dá chances para que suas relações continuem, visto que seu marido já devia muito dinheiro à Rubião, as declarações acontecem diversas vezes e a paixão torna-se obsessão, Rubião passa a pensar somente em Sofia e sua paixão/obsessão. 
        Os Palha juntamente com ele abrem uma empresa, onde Cristiano administra e Rubião financia todas as coisas. Quando Cristiano sente que está forte o bastante para seguir sozinho com a empresa, desvincula-se da sociedade que tinha com Rubião na empresa, suas relações diminuem, mas Rubião ainda tenta despertar a atenção de Sofia expondo-se ao ridículo, e ela não o atende. 
         O milionário apaixonado e enlouquecido, acaba por ficar sobre os cuidados do casal Palha, que internam-o num hospício, ele foge e vai para sua antiga cidade, Barbacena junto com o gato Quincas Borba e lá expõe sua loucura pela cidade, está louco, morre na sua loucura. Esquecido, ignorado. 


Boa leitura!











O caçador de pipas - Khaled Hosseini

Caroline Teixeira (PIBID-Letras/UFFS)


        Khaled Hosseini é médico e escritor, um afegão que relata muito sobre seu país em suas obras. Em O caçador de pipas o cenário da história é o Afeganistão, que está passando pelo declínio do comunismo e a ascensão do Taliban (regime fundamentalista) e também a entrada dos soviéticos em seu território (década de 70).
        Amir a Hassan são duas crianças afegãs e que tem uma grande amizade, eles vivem no mesmo ambiente, Hassan é filho do empregado e Amir do patrão, eles são grandes confidentes. Amir é um pouco egoísta e medroso, Hassan destaca-se por sua bondade e coragem. 
        No Afeganistão, na época tinha-se o costume de fazer campeonatos de pipas, onde Amir, no inverno de 1975 participou e conseguiu vencer quase todas as pipas adversárias, restara apenas uma, que estava perdida e Hassan, que tudo fazia por seu amigo foi atrás dela, o dono da pipa violenta-o fortemente, Amir vê, mas não faz nada para ajudar o amigo, e depois do ocorrido sua consciêcia começa a pesar mas não há o que ser feito (na sua visão), o episódio ocorre em meio à um grande conflito que inicia no Afeganistão e seu pai que era muito influente e ele, tem de sair do país, vão para os Estados Unidos.
        O pai de Amir (Baba) começa a trabalhar num posto de gasolina para sobrevivência dos dois e participam de feiras onde coisas mais baratas são vendidas, e lá Amir conhece uma garota e depois de um tempo casam-se. Baba adoece e morre, Amir, que sempre gostou de escrever, torna-se escritor, mas por causa de Hassan ele pensa que nunca será feliz verdadeiramente, até que (depois de já ter estruturado sua vida) ele recebe uma ligação: Deveria resgatar o filo de Hassan, para não ser morto como os pais, no Afeganistão. Ele decide ir, para limpar sua consciência, consegue salvá-lo e faz uma grande descoberta: Hassan era seu irmão, e pelo resgate de seu sobrinho, descobre que nada é por acaso, e consegue ficar em paz consigo mesmo.

                                                                                     Boa leitura!

        
        













domingo, 21 de junho de 2015

Cem anos de Solidão - Gabriel García Marquez

Por Bruno Faust (PIBID - LETRAS/UFFS)

    Cem anos de solidão é um romance escrito pelo autor colombiano Gabriel Garcia Marquez. Este livro foi publicado pela primeira vez na cidade de Buenos Aires, Argentina, no ano de 1967. Desde então, o livro catapultou Garcia Marquez para o centro da fama literária. Prova disso foi o Prêmio Nobel de Literatura ganho pelo autor em 1982. Pablo Neruda disse uma vez que “Cem anos de solidão” é o melhor livro em espanhol já escrito desde Dom Quixote. Esta opinião foi confirmada em 2007, no IV Congresso Internacional da Lingua Espanhola, realizado em Cartagena, Colômbia. Cem anos de solidão teve tiragem inicial de 8 mil exemplares, mas já vendeu mais de 30 milhões de exemplares em todo o mundo desde o seu lançamento.

   Cem anos de solidão se passa na cidade imaginária de Macondo, e conta a história de seus fundadores liderados pela família Buendia-Iguaran. José Arcadio Buendía é o patriarca da família e Úrsula Iguarán a matriarca. Trata-se de um casal de primos, que se casaram assustados pelo mito de que o casamento entre familiares poderia gerar filhos com rabos de porco. Este temor cria situações divertidas no início do relacionamento, mas também situações trágicas, e será, em última análise, o causador da mudança de cidade do casal para fundar Macondo.

   O nome Macondo aparece em Cem anos de Solidão sem nenhuma grande explicação. José Arcadio Buendía, durante a sua viagem de saída da cidade natal, tem um sonho de uma cidade cujas construções têm paredes de espelhos e cujo nome é Macondo, mas esse nome não tem nenhum significado.

   O casal tem três filhos: José Arcadio, Aureliano Buendía e Renata buendía. Posteriormente há a chegada de Rebeca. A cidade de Macondo é fundada por algumas famílias que acompanharam os Buendía durante a sua viagem, mas José Arcadio Buendía é o líder da comunidade, responsável por fazer a divisão de rescursos e mediação de conflitos. Em pouco tempo, a cidade é achada por um grupo de ciganos, que trazem diversas descobertas ao povo de Macondo. Entre os ciganos está Malquíades, um sábio que morre e ressucita diversas vezes no decorrer da história, personagem chave para o enredo de Cem anos de Solidão.

   Então, A história de Cem anos de solidão passa a girar em torno da família Buendía por diversas gerações. São mostrados os encontros e desencontros ocorridos nas vidas de seus membros por diversos anos, até que o último Buendía vivo consegue decifrar as escrituras que prediziam o futuro da família. Neste trajeto, há uma mistura bastante rica e bem dosada de elementos, personagens e passagens, que incluem um comboio carregado de cadáveres. Uma população inteira que perde a memória. Mulheres que se trancam por décadas numa casa escura. Homens que arrastam atrás de si um cortejo de borboletas amarelas.

Perto do coração Selvagem - Clarice Lispector


Por Amanda Tonetto (PIBID - Letras/UFFS)


Perto do Coração Selvagem, de Clarice Lispector, é um livro que é narrado em primeira e terceira pessoa, e gira em torno de Joana, tanto criança quanto adulta.
Joana foi criada pelo pai, sendo uma criança muito inquieta e meiga, os dois inventavam poeminhas:
Margarida a Violeta conhecia, uma era cega, outra bem louca vivia, a cega entendia o que a louca dizia e acabou vendo o que ninguém mais via!”
Já a Joana adulta, percebe-se o quanto uma pessoa pode mudar, ela se tornou uma pessoa amarga e fria, a qual perdia o dia viajando em seus pensamentos:
Agora, ela era tristemente uma mulher feliz.”
Ela acaba casando com Otávio, o qual Joana descobre estar traindo ela. Nessa parte, a personagem acaba viajando cada vez mais em seus fluxos de consciência, tentando entender o motivo de ele ter a traído, até que os dois se separam, e Joana, apesar de não gostar muito do seu ex-marido, acaba sentindo falta dele.
Por fim, as narrativas de Clarice são inspiradas aos do James Joyce, tendo muitos fluxos de consciência, e personagens introspectivos. O livro, devido a sua complexidade, nos faz pensar e questionar.

A mão e a Luva- Machado de Assis


Por Nadiane Laiz Lotici (PIBID - Letras/UFFS)

O romance “ A mão e a Luva” - Machado de Assis, se passa na cidade do Rio de janeiro, época do romantismo. O livro narra um caso de namoro complexo para os padrões burgueses. Guiomar uma menina de 17 anos , afilhada de uma baronesa e seus três pretendentes: Estevão (sentimental), Jorge (Calculista) e Luís Alves (Ambicioso).

 Estevão e Luís Alves eram amigos de faculdade. O primeiro tinha um amor platônico por Guiomar, nesse momento Estevão queria morrer, havia desistido de tudo, pois amada não o correspondia com o mesmo sentimento. Seu amigo Luís Alves sempre o aconselhando, e tirou essas idéias absurdas da cabeça de Estevão e  fez com que ele continuasse a faculdade e deixasse seu coração aberto para novos amores, claro correspondidos.
Depois de formados, os dois amigos se reencontram. Luíz alves um ambicioso advogado, ingressou na carreira política, e Estevão estava a recém iniciando. Estevão ficou na casa de seu amigo por uns dias. Numa certa manhã enquanto estava no jardim, avistou uma moça linda que saía da casa vizinha, ficou observando, admirado, quando a moça se aproximou ele já estava praticamente apaixonado. A linda donzela, se tratava de ninguém menos que Guiomar. Os dois se reconhecem e trocam algumas palavras. Mas o destino não pertencia a ele.
Jorge era fraco de caráter,egoísta e orgulhoso de si mesmo. Era sobrinho da madrinha de Guiomar. As vantagens econômicas lhe atraiam a ela. Jorge tem o apoio da baronesa e de sua empregada inglesa, Mrs. Oswald.
Luís Alves  era frio e fechado não contava seus sentimentos e vontades a ninguém, era calculista esperava o momento certo para dar uma cartada. Era amigo de Estevão e vizinho de Guiomar. Ele se decide por Guiomar mas apenas quando tem certeza que não vai ser descartado.
Chega um momento em que Estevão havia sido descartado e restá dois pretendentes, Jorge e Luís Alves, os quais pedem a mão da Jovem em casamento.
A baronesa pede a Guiomar que se decida entre os dois e a moça escolhe Jorge para não ver a madrinha zangada, mas a baronesa sabe que o desejo da afilhada é casar-se com Luís Alves.
Então, Guiomar e Luís Alves se casam. Jorge se conforma com a escolha da amada e Estevão sonha com seu suicídio durante o casamento. Entretanto, nada disso interrompe os planos do jovem e ambicioso casal que se unem felizmente.

sábado, 20 de junho de 2015

O Lustre - Clarice Lispector


Por Elisandra Maria Moreira (PIBID - Letras/UFFS)


Tem-se, em O lustre (1946), segundo romance de Clarice Lispector, a história de Virgínia, uma moça cujo comportamento oscila entre dois modus vivendi, o rural e o urbano. O eixo narrativo gira em torno de dois grandes momentos, que englobam fatos ocorridos no campo – em Granja Quieta –, e dois que conformam eventos sucedidos na grande cidade litorânea – seria o Rio de Janeiro– para onde a protagonista se muda.
O romance é narrado em terceira pessoa, sendo o narrador onisciente. Durante todo o livro o foco prevalece sob a perspectiva de Virgínia, a protagonista. Acompanhamos seu amadurecimento, desde sua vida infantil na granja onde nasceu, até firmar-se, no presente da narrativa, na solidão da cidade. Essa apresentação se dá, porém, pela descrição do que cerca Virgínia, o que a influência – tanto objetos, a exemplo do lustre do título, como pessoas próximas a ela, seu irmão que ela amava e seguia como a um líder etc.
Como dito, a falta de enredo é complementada pela percepção das personagens sobre o mundo em volta, suas sensações – o que confere ao livro sua fluidez característica, dando a noção de que os momentos descritos, sempre presenciados pelo interior de determinada personagem, estão carregados de certa força sufocante, momentos de iluminação, a existência explorada nos íntimos caminhos da memória – pois o que rege as páginas do romance é essa explosão de vida tão bem observada por Clarice.
O estilo de linguagem usado pela escritora é em si muito interessante– o texto flui, evoluindo gradualmente em complexidade, sem um ponto de descanso durante a narrativa, incansavelmente transmitindo pensamentos, revelações, relações intrínsecas. Assim, é notável a passagem do jantar em que Virgínia comparece, onde, ausente de tudo em volta, acha em si motivos de júbilo e prazer, como ao experimentar uma taça de licor de anis, sentindo o reconforto em si por degustar o sabor da bebida.

Era licor de anis. O líquido grosso como algo morno […]Ainda o mesmo gosto prendendo-se à língua, à garganta como uma mancha, aquele gosto triste de incenso,
 alguém engolindo um pouco de enterro e de oração.” -

Por Gabriel Cezar

A Cidade Sitiada - Clarice Lispector


Por Pamela Tais Clein (PIBID - Letras/UFFS)


Clarice Lispector nos apresenta em sua obra, a personagem Lucrécia Neves, que habita o subúrbio de São Geraldo. Lucrécia descreve a cidade da forma que a vê naquele momento fala dos cavalos que ali circulavam puxando as carroças, das ruas estreitas e escuras, do cheiro do campo e do silêncio sepulcral.
Com seus fluxos de consciência mergulhados em sonhos, essa jovem desejas sair daquele lugar sufocante, aguardava um pretendente para com ela casar-se, sendo que este, devia ser rico, pois além de sonhadora ela era ambiciosa.
Primeiramente, namorou Felipe, integrante da cavalaria do exército, ele fazia seu tipo. No entanto, mantinha ao mesmo tempo um caso com Perseu, este aos olhos de Lucrécia descrevia-se sendo um homem belo, educado, mas também um fraco, decidiu assim, afastar-se dos dois.
Conheceu enfim, Mateus homem rico da metrópole com quem se casou, livrando-se deste modo, do lugar que a sufocava. Na grande metrópole frequentava festas e o teatro. Ela não entendia o marido porém o amava, cansada da cidade grande decide voltar ao subúrbio sendo acompanhada por seu marido, mais tarde ele veio a falecer e Lucrécia encontrou-se sozinha.
Viúva, ali estava em São Geraldo, local em que os cavalos não mais circulavam e davam espaço aos bondes, viadutos, e o cheiro de campo fora levado para longe, e a modernidade, por fim, se fazia presente.
Lucrécia mais uma vez, almeja mudar-se daquele lugar, recebe então uma carta de sua mãe, dona Ana a qual dizia: que um homem bom se interessara por ela, assim encantada pelo pretendente, mais uma vez foi embora de São Geraldo.


sexta-feira, 19 de junho de 2015

Olhai os Lírios do Campo - Érico Verissimo


Por Alexsandra Aline Potulski (PIBID- Letras/UFFS)


O livro Olhai os Lírios do Campo (1938) é um romance escrito por Érico Verissimo. Aborda questões voltadas ao amor, solidariedade e ganância, tendo como plano de fundo uma cidadezinha interiorana de Porto Alegre.
Narra à história de Eugênio, um rapaz muito humilde que sente vergonha de sua família por ser pobre, mas que mesmo com muitas dificuldades consegue oportunizar a ele estudar em colégios renomados e formar-se em medicina.
No dia de sua formatura conhece Olivia, uma jovem simples, humilde, de extrema sensibilidade, bom senso e equilíbrio, a que se torna para o rapaz, um porto seguro com seus conflitos, confidente em suas angustias e juntos vão trabalhar no Hospital do Coração.
Olívia tenta mostrar a Eugênio que a felicidade não depende do dinheiro ou do sucesso, mas da paz que advém da boa consciência de fazer as coisas certas e servir ao próximo. Os jovens se envolvem amorosamente, porém Eugênio nunca a assume verdadeiramente. Olivia precisa ir trabalhar numa cidade do interior, e com a sua partida, Eugenio noiva com Eunice, uma moça rica, apenas por interesse e casa-se com ela.
Eugenio vai a Porto Alegre a pedido de Olívia que está muito doente em um hospital. Durante a viagem os flash-backs retratam as memórias de Eugenio, suas lembranças de sua vida infeliz ao lado de Eugênio, seu tempo de mocidade, o sentimento de arrependimento por sentir vergonha do pai que trabalhava no colégio em ele estudara, tantas vezes passou ao lado de seu pai e fingiu que nem o conhecia para que seus colegas não descobrissem que ele era filho do faxineiro. Mas acima de tudo, sua ânsia para conversar com Olívia, no entanto, quando ele chega no hospital ela morre. Eugênio descobre que Olivia mudou-se grávida e que os dois possuem uma filha linda, chamada de Ana Maria.
Por fim, o livro aborda o decorrer dos anos de um rapaz que possuía tantos motivos para fazer escolhas que fizessem de sua vida um complexo de felicidade, mas, por sua ganância, deixa de aproveitar esses anos ao lado da mulher que ele amava verdadeiramente. No entanto, com o desfecho surpreendente da história, percebemos que nunca é tarde para corrigir algumas decisões errôneas, e que a completude da vida está no amor, que não devemos nunca, deixar de transmitir.