terça-feira, 23 de junho de 2015

Cacau - Jorge Amado


Por Claudia Luana Cogo (Letras - UFFS)
Cacau é o segundo romance de Jorge Amado, publicado em 1933, é narrado em primeira pessoa, e conta a história do Sergipano José Cordeiro, trabalhador em uma fazenda de cacau na Bahia, na década de 1930. A história descreve como viviam os trabalhadores, suas precárias condições de sobrevivência e como eles enfrentavam as adversidades. O livro aborda questões como a expansão da corrente comunista e a consciência de classe, assim como retrata a condição das mulheres de acordo com sua posição social.
A história inicia com uma resgate do passado, da infância de José Cordeiro, ele conta como sua família era bem sucedida, até que seu pai morre e seu tio fica com a fábrica que eles possuíam em sociedade, deixando José, a mãe e a irmã sem nada. Esse passagem que narra a infância, é essencial para entendermos a formação do caráter do protagonista e os fatos que o levam ao desfecho da história, pois ao longo da narrativa, ele tem a oportunidade de deixar de ser trabalhador e tornar-se um proprietário de terras, graças à uma proposta de casamento de Mária, a filha o dono da fazenda, o coronel Manoel Misael de Souza Telles, ele porém não aceita, decide permanecer ao lado dos trabalhadores e lutar por seus direitos.


"– Por que você não matou Colodino? Por que queria bem a ele? 
– Eu gostava de Colodino... Mas eu não queimei o bruto porque ele era alugado como a gente. Matá coroné é bom, mas trabaiadô não mato. Não sou traidô... 
Só muito tempo depois soube que o gesto de Honório não se chamava generosidade. Tinha um nome muito mais bonito: Consciência de Classe." (AMADO, 1933, p. 56)




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