Por Alexsandra Aline Potulski (PIBID - Letras/UFFS)
O
enredo do livro de Clarice Lispector “A paixão segundo G.H.” é constituído por
uma mulher que após demitir sua empregada tenta limpar seu quarto e encontra
uma barata. Ao matar a barata ela perde sua individualidade e narra esse
episódio, em monólogo, uma sequência sistemática dos fatos e fluxos de
consciência que permeiam todo o livro.
Ao
esmagá-la e comê-la a protagonista encontra uma verdadeira razão de estar no
mundo e isso gera uma profunda reflexão existencial, a barata faz uma analogia
ao sofrimento e o descobrimento do próprio ser. “Era isso então. É que eu
olhara a barata viva e nela descobria a identidade de minha vida mais profunda”
(LISPECTOR, p.39).
Com o
intuito de retomar seus instintos primitivos, G.H deve enfrentar a experiência
de provar o gosto do inseto. O provar simboliza uma reviravolta em seu mundo
alienado, imune e condicionado. Após o ocorrido é que a personagem se dá conta
do seu verdadeiro estar no mundo.
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