quinta-feira, 25 de junho de 2015

Sugestão de leitura Janete Ribeiro


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Graciliano Ramos nasceu no dia 27 de outubro de 1892, na cidade de Quebrangulo, sertão de Alagoas, filho primogênito dos dezesseis que teriam seus pais, Sebastião Ramos de Oliveira e Maria Amélia Ferro Ramos. Viveu sua infância nas cidades de Viçosa, Palmeira dos Índios (AL) e Buíque (PE), sob o regime das secas e das surras que lhe eram aplicadas por seu pai, o que o fez alimentar, desde cedo, a ideia de que todas as relações humanas são regidas pela violência.Em seu livro autobiográfico "Infância", assim se referia a seus pais: "Um homem sério, de testa larga (...), dentes fortes, queixo rijo, fala tremenda; uma senhora enfezada, agressiva, ranzinza (...), olhos maus que em momentos de cólera se inflamavam com um brilho de loucura". 


Em 1962 é publicado    "Alexandre e outros heróis"

 Alexandre é um vaqueiro contador de histórias . Tem sempre em sua casa uma pequena platéia de amigos e parentes que lhe ouvem os causos fantásticos supostamente por ele vividos.É homem de posses miúdas: “uma casa pequena, meia dúzia de vacas no curral, um chiqueiro de cabra e roça de milho na vazante do rio”. Quanto à mulher, Cesária, nada possui; ela completa, juntamente com a espingarda de matar passarinhos, os parcos bens de Alexandre. É ela quem sempre confirma (e remenda) as histórias contadas por Alexandre.Libório, um cantador de embolas; Mestre Gaudêncio, um curandeiro; Das Dores, que exerce o ofício de rezadeira e Firmino, mendigo, cego e preto, formam o constante e limitado auditório. Todos portanto na orla da mendicância declarada, flutuando entre a magia e a arte popular sem preço, indivíduos marginais, inofensivos, não integrados em nenhuma atividade produtiva. Os donos de terra e de gado, os vaqueiros, os soldados, mesmo os pequenos negociantes ou lavradores, nenhum ouve os contos de Alexandre. Alexandre apoiado por Cesária, que faz rendas, artesanato , inventa e fala para os inteiramente despojados.
Mesmo antes da apresentação de Alexandre e Cesária, Graciliano Ramos tem o cuidado de advertir: “As histórias de Alexandre não são originais: pertencem ao folclore do Nordeste, e é possível que algumas tenham sido escritas.” Ou seja, as histórias que Alexandre conta só acontecem no âmbito da ficção, por seu caráter inverossímil e ficcional.



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