segunda-feira, 4 de março de 2013

Se você gosta de ver o que uma mulher pode levar um homem a fazer, leia: O túnel

Por Eduardo Alves dos Santos (Letras: Português e Espanhol/ UFFS)

    Para quem acha que é somente Machado de Assis que começa histórias pelo fim, apresento um exemplo dentro da literatura hispano-americana, mais precisamente da literatura argentina, que demonstra que esta característica de escrita não se prende ao nosso ilustre escritor brasileiro. O nome do autor é Ernesto Sabato, e o livro que aqui recomendamos é O Túnel (El Túnel em espanhol). E não param por aí as possíveis comparações com Machado de Assis. Alguém lembra do romance em que até agora não se sabe (e nunca se saberá! Machado de Assis deve se alegrar e muito com isso!) se a Dona Capitu traiu ou não o Senhor Bentinho? Nem precisa mencionar que estamos falando de Dom Casmurro.

Para entender meu raciocínio, pensem que no lugar do personagem e narrador Dom Casmurro (Bentinho) encontramos, com essas mesmas características, em O Túnel, a figura de Juan Pablo Castel, um sujeito que começa o livro preso por conta de um assassinato e dizendo que vai contar toda a história do como ele chegou nessa situação, o relato do seu crime, o assassinato de María Iribarne (nesse ponto não se compara a Dom Casmurro). Posso até ouvir alguns dizerem: “Mas você contou o fim da história!” Sim, contei. Contudo isso é o que de menos importa nesse texto (assim como em quase todos os outros), pois o LEGAL neste romance é a forma com que se desenrolam os fatos e principalmente as loucuras (ou não! Depende de quem lê) internamente projetadas pelo nosso personagem central depois de se apaixonar enlouquecedoramente por María. Infelizmente, não consegui encontrar uma versão traduzida para o português na internet, mas para aqueles que quiserem se aventurar e ler em espanhol (foi assim que eu o fiz) clique aqui para ter acesso ao texto.

Boa leitura!

Nenhum comentário:

Postar um comentário