sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Canto dos Malditos - Austregésilo Carrano Bueno


                                         Canto dos Malditos 
                                                                                Austregésilo Carrano Bueno
Em 1974, então com 17 anos, era usuário de maconha e outros medicamentos de uso restrito. Quando o pai de Austregésilo encontrou alguns cigarros de maconha no bolso de uma jaqueta do filho, resolveu interná-lo em um hospital psiquiátrico para tratar de seu vício.
Em um período de três anos, Austregésilo foi transferido de um hospital a outro com supostos problemas comportamentais sem ao menos ter sido examinado, tendo sido submetido a torturas e eletrochoques (totalizando 21 sessões). Isso durou até que, desesperado, ateou fogo em sua própria cela, sendo retirado a tempo. O ato despertou seu pai, que o tirou do manicômio. Desajustado pelos eletrochoques, pela sedação pesada e pelas torturas variadas, ele acabou sofrendo também nas mãos da polícia, que lhe proporcionou doses extras de humilhação e espancamento.
O autor foi a primeira pessoa no Brasil a mover uma ação indenizatória por erros de diagnóstico, tratamentos torturantes e crimes contra médicos psiquiatras, em 13 de maio de 1998. Porém, foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Paraná a pagar a médicos psiquiatras e seus familiares 60 mil reais de indenização por danos morais devido a críticas aos médicos contidas em seu livro.

Uma segunda ação, agora por parte das famílias dos médicos mencionados em seu livro, conseguiu que O Canto dos Malditos fosse retirado de circulação das lojas e livrarias de todo o país. Foi a primeira obra a ser censurada no país desde a ditadura militar. Entretanto, recentemente a decisão pela proibição foi revista e a circulação novamente permitida. O livro Canto dos Malditos serviu de inspiração para o filme Bicho de Sete Cabeças, do ano de 2000, dirigido por Laís Bodanzky e com roteiro de Luiz Bolognesi.




                                                                                         Por Tania Santor

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