Canto dos Malditos
Austregésilo Carrano Bueno
Em
1974, então com 17 anos, era usuário de maconha e outros medicamentos de uso
restrito. Quando o pai de Austregésilo encontrou alguns cigarros de maconha no
bolso de uma jaqueta do filho, resolveu interná-lo em um hospital psiquiátrico
para tratar de seu vício.
Em
um período de três anos, Austregésilo foi transferido de um hospital a outro
com supostos problemas comportamentais sem ao menos ter sido examinado, tendo
sido submetido a torturas e eletrochoques (totalizando 21 sessões). Isso durou
até que, desesperado, ateou fogo em sua própria cela, sendo retirado a tempo. O
ato despertou seu pai, que o tirou do manicômio. Desajustado pelos
eletrochoques, pela sedação pesada e pelas torturas variadas, ele acabou
sofrendo também nas mãos da polícia, que lhe proporcionou doses extras de
humilhação e espancamento.
O
autor foi a primeira pessoa no Brasil a mover uma ação indenizatória por erros
de diagnóstico, tratamentos torturantes e crimes contra médicos psiquiatras, em
13 de maio de 1998. Porém, foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Paraná a
pagar a médicos psiquiatras e seus familiares 60 mil reais de indenização por
danos morais devido a críticas aos médicos contidas em seu livro.
Por Tania Santor
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