Reconhecido
por seu estilo próprio e inovador de escrever, José Saramago traz à tona na obra
Ensaio sobre a cegueia a
transformação social a partir do alastramento de uma epidemia de cegueira
branca. Todo o enredo se passa numa cidade, a qual em nenhum momento tem seu
nome mencionado. Assim como o espaço, os personagens não são nomeados, apenas
identificados por alguma característica física (Menino estrábico), pela
profissão (Médico) ou ainda pela consequência de algum ato (Cego ladrão). Quando
as autoridades começaram dar atenção ao caso, resolveram isolar os cegos
contaminados em um manicômio, a fim de observá-los (período de quarentena).
A
cegueira apresentada pelo autor é vista como uma metáfora, já que ela não é
inserida na história para se chegar a uma solução dessa epidemia, mas sim para
mostrar o comportamento dos seres humanos e a sua luta pela sobrevivência sem
ver as coisas. Em decorrência disto, observa-se em sua grande maioria, a
constituição de uma sociedade individualista e selvagem. Com exceção da mulher
do medico todos os personagens ficaram cegos, sendo assim é possível verificar
através da figura desta personagem a esperança de que a humanidade ainda não
está perdida, pois ainda existem pessoas que se preocupam com o próximo e que
não almejam benefícios só para si.
Publicado em
1995, Ensaio sobre a cegueira retrata muitas coisas atuais,
já que muitas vezes fingimos estar cegos diante de certos problemas na nossa
sociedade deixando de reparar na sua gravidade. Para finalizar, cabe destacar o
que próprio Saramago diz quando afirma que “talvez os nossos olhos vejam, mas a
nossa razão esteja cega” (2013, p. 42).
Boa leitura!
Referências bibliográficas
SARAMAGO, José. Da estátua à Pedra e Discursos de Estocolmo. Belém: Ed. UFPA, 2013.
SARAMAGO, José. Ensaio sobre a cegueira. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
Boa leitura!
Referências bibliográficas
SARAMAGO, José. Da estátua à Pedra e Discursos de Estocolmo. Belém: Ed. UFPA, 2013.
SARAMAGO, José. Ensaio sobre a cegueira. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
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